A falta de condições sanitárias adequadas para o abate do gado em municípios do interior de Goiás levou o Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV/GO) a fiscalizar matadouros em todo o estado. As vistorias do órgão duraram três meses e durante esse período, foram verificados 80 frigoríficos. Deste, sete já estavam interditados. Dos que estavam em funcionamentos, apenas 30% atingiram níveis satisfatórios de higiene.
Imagens divulgadas pelo conselho mostram que existem diversas irregularidades. Em Pires do Rio, trilhos da câmara fria, local onde a carne fica conservada em baixas temperaturas, estavam enferrujados. Em outros municípios fiscalizados, fotos mostram carnes colocadas em recipientes que estão no chão, em contato com a água suja e sangue. Parte da carcaça encontrada armazenada irregularmente seria usada para fazer linguiça e carne moída.
Outra infração cometida pelos estabelecimentos é a destinação inadequada do lixo. Caixas, plásticos e tambores eram amontoados ao ar livre. O mau cheiro provocado pelo precário padrão de higiene também atraia urubus para o local.
Para evitar consumir carne contaminada ou de qualidade ruim, o consumidor deve verificar se a embalagem contem um selo municipal, estadual ou federal comprovando a procedência do produto. “O consumo de carnes não inspecionadas ou provenientes de um estabelecimento que não tem as condições sanitárias mínimas exigidas representa um risco para quem a consome”, alerta Benedito Dias de Oliveira, presidente do CRMV/GO.
Com tantas denúncias, o consumidor fica receoso ao comprar o alimento: “Você tem que analisar a aparência da carne na hora de comprar. Além disso, nos resta confiar no açougue e nas condições de higiene”, disse o comerciante Handel Augusto.
Denúncia
Em março deste ano, o Jornal Anhanguera já havia mostrado o abate irregular de animaisnas cidades de Itajá, Mara Rosa e Bom Jesus de Goiás. Imagens feitas por uma ONG nos frigoríficos desses municípios mostram que os animais eram mortos a marretadas. Os estabelecimentos mostrados foram multados em R$ 3 mil. Caso cometam novas irregularidades, o valor pode chegar a R$ 24 mil.
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